terça-feira, 11 de outubro de 2011

PARA REFLETIR....

 
A escola é pública ou privada em Curuá?
     Professor Jailson dos Santos[1]
Dizer que temos educação em Curuá é pura ironia. Primeiramente porque, por educação se subentende, conforme especialistas como o finado Paulo Freire (que deve estar fervendo no caixão), é um processo contínuo de aprendizagem, ou ainda, um processo de transferência. Mas, como disse Carl Rogers, “ninguém ensina ninguém” e o próprio Freire repete mais tarde: “ninguém educa ninguém, os seres humanos se educam em comunhão”. 
Talvez seja por isso, que os que se dizem educadores não tenham feito muita coisa em favor da educação e tenham deixado nas mãos de pessoas leigas um papel que deveria ser deles. Sabendo, ou não disso, os que não foram ensinados a se educarem tomam as rédeas dos instruídos e os ensinam que escola pública não pertence ao povo e que esta é uma instituição privada. Aqui o trocadilho não é uma metáfora. 
Isso porque, certa autoridade comparou os apelidados educadores desta comuna à retrete. Há alguns dias mais recentes, o público e o privado voltam a se confundir nas ações de alguns dignitários do poder. Dado o fato que em Curuá para se adentrar em um espaço público é necessário ter uma licença especial expedida pelos senhores mandatários superiores. É sabido que todo espaço público deve ser respeitado devido o seu valor de coletividade. 
Mas, pelo fato de ser este um  espaço democrático torna-se uma imbecialidade ter que solicitar sobejamente um instante para tentar dialogar com aqueles que deveriam ser a ponta de lança em um dos processos mais importantes da sociedade - a educação.
Por democracia se entende, mesmo que arcaicamente, o governo exercido pelo povo. Sabemos que vivemos em uma democracia representativa e os que representam o povo, sejam do mais alto ao mais baixo escalão, o fazem arbitrariamente.
A arbitrariedade maior se faz ainda na pessoa daqueles que se dizem discentes de uma especialização em gestão escolar, que parecem não possuir ideias que  estão em consonância com as questões educacionais  e quando conhecem atitudes sociais coletivas, tentam denegrir o discurso e a imagem alheia por ignorarem seus próprios direitos e não terem consciência do seu real papel enquanto educadores, pois já dizia Paulo Freire: Todo ato de educação é um ato eminentemente politico.
Não esqueçam que “concurso” de gestor temporário é apenas de quatro anos (oito se houver reeleição). Não esqueçam também que os direitos que são negados hoje lhes farão falta amanhã. Cargos por nomeações e QI passam. Ser professor é para sempre. Por último, não esqueçam: direito não se tira e nem se nega, se amplia...


[1] Graduado em Letras Pela Universidade Federal do Pará – UFPA, sindicalista e Professor da rede Municipal da Escola Manoel Garcia da Comunidade de Apolinário – Curuá/Pa.

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